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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Historia De Cosme,Damiao E Doum - Eres - Crianças

Cosme, Damião e Doum - Ibêji – Erês – Crianças.

Ibêji são as divindades gêmeas, Orixás gêmeos ou Orixá duplo, são os Orixás africanos que protegem a todos, mas principalmente as crianças, gêmeos e os partos multiplos. São conhecidos na Umbanda como os Orixás de amor e alegria.
Ibêji é formado a partir do princípio básico da dualidade. Entre as divindades africanas, Ibêji é o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos. Ibêji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados, e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos sob os mesmos critérios. É a divindade da brincadeira, da alegria, sua regência está ligada à infância, a alegria, a inocência e a ingenuidade.
Foram sincretizados com os Santos católicos, São Cosme e São Damião por serem estes gêmeos e atuarem principalmente em pró da saúde e bem estar das crianças através dos cuidados médicos e, não pelo fato de serem crianças, pois mesmo quando adultos, mantiveram sua pureza, alegria e ingenuidade, totalmente desapegados da matéria favorecendo os mais necessitados.

Doum seria o primeiro Filho nascido depois dos Gêmeos, o terceiro ponto, balizador do equilíbrio e da justiça com igualdade.
Viveram no oriente e também foram perseguidos pelo Imperador romano, Diocleciano. Muito pouco se conhece a respeito deles, sabe-se, porém que eram gêmeos e foram Médicos devotados aos cuidados das pessoas, crianças ou mesmo animais. Nada ou muito pouco cobravam por seus atendimentos, por isso eram chamados pelos gregos de “anargiros”, isto é, sem dinheiro. Pouco se sabe sobre a morte deles, que até hoje é uma incógnita. Em algumas regiões são também chamados de Crispim e Crispiniano.
O Orixá Ibêji apresenta-se normalmente sob a forma de criança ou espírito de criança, da forma que desencarnou, mantendo as características espirituais que tinha quando em vida. Desta maneira permitem e facilitam uma melhor comunicação com as nossas crianças e com a linha espiritual na qual atuam, servindo como espíritos puros, aos propósitos das missões que lhes são destinadas, trazendo a cura para as doenças e amparo para as crianças enquanto estão na condição terrestre de um ser puro e inocente, e também para animais indefesos.
Seus domínios, ambientes naturais de manifestação e atuação são em jardins, parques, extensos gramados, cachoeiras, praias, locais com muitos recursos naturais, riachos e rios calmos, campos na florada. Sua cor é o rosa, os espíritos que trabalham sob a influência e irradiação de Ibêji são espíritos de grande força espiritual, totalmente contrária à figura que se tem de uma criança. Julga-los frágeis e fracos e de fato um grande erro, pois depois de Oxalá são os únicos que dominam totalmente as fontes de energia da natureza, do poder mágico dos sentimentos e vibrações mais puras de luz intensa.
As Entidades que trabalham nessa linha são espíritos de crianças que também são chamadas de Erês. São porta-vozes das mensagens dos Orixás através de suas palavras de carinho e pureza. Comumente se apresentam em alguns Templos quando da homenagem a um Orixá ou mesmo a uma Entidade, quando esta não se apresenta, trazendo mensagens profundas e mesmo complexas, no intuito de orientação, esclarecimento e do toque da sensibilidade e do íntimo das pessoas.
Apresentam gestos e voz de criança e transmitem irradiações muito fortes e puras de sentida e percebida intensidade, portanto tem muita facilidade de atuação na cura de dores, dos males físicos, da mente e da alma.
Eles vão, com suas conversas inocentes envolvendo os consulentes, sutilmente trabalhando seu íntimo, regenerando seus Chacras para reequilibrá-los, Eles conseguem penetrar em nosso íntimo e identificar nossas angústias, nossos sofrimentos, nossas emoções. Seus trabalhos, além da grande força espiritual que já trazem, também recebe todo um respaldo do plano espiritual de luz, o que os torna ainda mais fortes e capazes, portanto se diz que, o que um Erê fez, somente um Erê tem o poder de tirar.
Seu dia na Umbanda é 27 de Setembro, a entrega em homenagem ao Orixá Ibêji (Cosme e Damião), se faz com velas na cor rosa, flores na cor rosa ou branca, sem nenhum espinho, doces como, cocadas, balas, pirulitos, fatias de bolo e, como bebidas, água pura ou adoçada com mel ou mesmo refrigerantes como o guaraná.
Ibêjí - São Cosme e São Damião são Entidades ligadas muito estreitamente a Oxalá, são um de seus braços de luz espiritual sobre o mundo. Possuem força suficiente para atender a nossos apelos de proteção contra demandas e malefícios e a nossos pedidos de amparo e proteção para as crianças, principalmente quando estas se encontram enfermas.
Os pedidos a Ibêji - Cosme e Damião, devem ser feitos de mente aberta e limpa, coração vazio de rancores, mágoas e amarguras.
São Entidades puras, extremamente positivas, amorosas e caridosas, a serviço do bem, mantém distância de pessoas interesseiras, invejosas, de pensamentos negativos, maldosos, perversos, egoístas e vingativos, apesar de também serem vigorosos e fortes combatentes do mal.
O afastamento destas Entidades de pessoas ou mesmo espíritos, já decretam aos olhos da espiritualidade uma condenação, e o quanto terão que resgatar para se redimirem.
Os filhos de cabeça do Orixá Ibêji, são muito raros, exatamente por não aceitarem sentimentos e pensamentos negativos, maldosos e prejudiciais. Este Orixá exige uma linha de relação e sintonia muito pura, um canal muito limpo com seus filhos, o que praticamente somente é encontrado em crianças durante seu estado de pureza e inocência e mesmo assim, se esta criança já estiver contaminada pelo mal transferido pelo adulto ou por, de alguma forma já vir com ela, irão procurar ajudá-la ou atender aos pedidos de ajuda, porém a uma relativa distância.

Historia de Pomba - Gira - Mulambo


Sua lenda diz que Maria Mulambo nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pais não eram reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado.
Maria cresceu sempre bonita e delicada.
Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não o era.
Aos 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos.
Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse.
Os anos se passavam e Maria não engravidava.
O reino precisava de um outro sucessor ao trono.
Maria amargava a dor de, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada. Paralelamente a isso tudo, a nossa Maria era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e necessitados. Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor.
O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria declarada rainha daquele pequeno país.
O povo adorava Maria, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria por não poder engravidar.
No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima.
A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés.
Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade. Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor.
Combinaram tudo.
Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.
O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu.
Maria agora não se vestia com luxo e riquezas, agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz.
E engravidou.
A notícia correu todo o país e chegou aos ouvidos do rei.
O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer.
Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.
Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde só faltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria; e o encontrou. Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria foi jogada ao rio sumiram.
Sua roupa era de rainha.
Jóias cobriam seu corpo.
Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimônia digna de uma rainha e cremaram seu corpo.
O rei enlouqueceu.
Seu amado nunca mais se casou, cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontra sua Maria.
No dia em que ele morreu e reencontrou Maria, o céu se fez azul mais límpido e terve início a primavera.

Assim a nossa Maria, que agora era rainha Maria Mulambo, virou lenda; e até hoje é invocada para proteção dos amores .

Historia De Maria Padilha Rosa Vermelha


América é um pequeno povoado cravado no alto da serra grande, a famosa serra dos cocos.
Como todo lugarejo serrano se destaca pela sua paisagem bucólica. Um clima de fresco para frio, o céu é um típico azul anil, salpicado de alvas nuvens e um verde em todos os tons reveste feito uma esplendida pintura a natureza serrana espalhando esperança por toda serrania.

Conhecida pela Lenda de Santa Feliciana, e por sua tradicional feira, onde o forte é a compra, troca e venda de animais, foi também, palco de uma linda história de amor.
Foi num sábado ensolarado que o lugarejo amanhecera tomado por um bando de ciganos que se dirigiam até aquele local com o intuito de fazer boas trocas e grandes negócios.
Num minuto o bando montou sua tenda. Aquela espécie de circo colorido chamava a atenção de todos os habitantes da América. Depois da barraca montada e devidamente instalada, buscaram o rumo da feira.
Em pouco tempo a cidade ganhava nova paisagem. Ciganas com suas roupas multicores, davam um novo colorido aquela região, tingindo o ambiente com cores fortes e vivas. Com muita desenvoltura abordavam os serranos fazendo profecias na leitura de mãos. Belos ciganos montados em seus cavalos encantavam as mocinhas sonhadoras que se animavam com tanta movimentação.
Enquanto as ciganas circulavam lendo mãos, os velhos e espertos ciganos munidos de farta experiência faziam suas trocas na feira. O cigano Ribamar, um belo moreno de olhos verdes montado em seu enfeitado jumento parava na barraquinha de Rosa.
— Bota uma Serrana aí !
Rosa estava de costas, quando se voltou, já trazia a dose de cachaça na mão. Seu ouvido apurado lhe confirmava que aquela voz cantada era de um estranho.
Quando os dois entreolharam-se, uma forte magia os contagiou, estavam embevecidos um com o outro. A magia por um momento os tirara do ar.
De um só gole o cigano tomou a pinga, e Rosa que rubra ficara com aquele olhar penetrante, voltava a normalidade.

Ali nascia um típico caso de paixão a primeira vista. Rosa que era desimpedida iniciava com Ribamar, a contra gosto de sua família, uma linda história de amor.
A fama dos ciganos, aquela vida nômade, e os comentários no pequeno lugar, tudo isso foi motivo para que os pais de Rosa a trancassem a sete chaves proibindo o belo romance.
Nem Rosa nem o cigano Ribamar se conformavam com aquela proibição, e assim sendo deram um jeito de trocar recados e bilhetes. Mas tudo isso por pouco tempo, pois no sábado seguinte os ciganos levantariam acampamento.
Ribamar não poderia deixar o bando, mas não queria deixar o seu amor e foi nesse emaranhado de pensamentos que ele resolveu que roubaria a Rosa da América.
Comprou, um lindo vestido vermelho, pulseiras e tiaras com medalhas dependuradas e uma rosa também vermelha para que sua amada , fantasiada de cigana fosse confundida com as outras ciganas do bando.

Rosa lamentava deixar seus pais, mas não suportaria viver sem o seu grande e único amor.
Concordou com a proposta de Ribamar, e enquanto seus pais trabalhavam na barraca, ela vestida de cigana subia da garupa do Giron , Jumento montado por Ribamar, e mais tarde foram acompanhados pelo bando que comovido com a paixão dos jovens deu-lhes total apoio.

A América inteira sofreu com a fuga de sua Rosa. Os pais saudosos choravam por sua filha, e Rosa também não esquecera os seus entes queridos.
Depois de um ano, num sábado de sol, dia de feira, ao longe se via um bando de ciganos, a exemplo de outros tempos invadindo o lugarejo.
Na frente dois jumentos: um montado por Ribamar com uma criança no colo. No outro Rosa, vestida de vermelho, com uma rosa nos cabelos, e na mão uma bandeira branca pedindo paz.
Rosa era chamada pelos ciganos, Rosa vermelha , todos no bando gostavam dela. Dessa união nascera uma linda menina a qual deram o nome de Verbena.
Rosa foi recebida com festa por todos, e perdoada por seus pais. O bando resolveu libertar Ribamar das leis ciganas para que ele enfim, pudesse ter uma vida mais sossegada e feliz ao lado da esposa que tanto se sacrificara por ele.
Contam que, desse tempo para cá, as mocinhas da América quando querem conquistar suas paixões, colocam uma rosa vermelha nos cabelos, vestem um vestido tão vermelho quanto a rosa aparecendo assim, na frente do seu pretendente que ao encontrá-la nunca mais largará do seu pé. Dizem até que, já criaram um grupo folclórico que leva o nome de: “Rosa Vermelha da América.”

Hoje é conhecida  como  Padilha da rosa vermelha.
Grande conhecedora das magias ciganas .

Linhas De Caboclos



Estou aqui para oferecer um resumo de minha opinião em relação a essa linha, nesse caso me limitarei apenas a ela tentando elucidar apenas um pouco do culto de outras casas.
São espíritos que em sua encarnação foram índios, oriundos das mais variadas regiões de nosso globo, plasmam-se como espíritos que viveram grande parte de sua vida ou toda a sua vida, na floresta, no bom relacionamento com a flora e fauna da região onde viviam.
Gostaria de fazer uma ressalva, que muitos índios, mesmo antes de entrarem em contato com a ciência do homem branco, possuíam uma cultura extremamente avançada, infestada de parábolas e excepcionais filosofias de vida, o interessante, é que muito desse conhecimento, assemelham-se à cultura oriental.
Na Umbanda, eles representam a jovialidade, a força, a juventude, o período mais longo de nossas vidas, onde adquirimos o senso de responsabilidade, formação sólida de caráter e onde toda a nossa inteligência e conhecimento transmutam-se em sabedoria. São espíritos que se apresentam de forma séria, exímios trabalhadores nas demandas, curas e limpezas etéreas, muitos caboclos apresentam-se como verdadeiros conselheiros, amigos, sempre dispostos a fornecer uma palavra de coragem e ânimo, outros caboclos já não são muito de consultas, atuam mais no desmanche de feitiços e outras cargas deletérias que absorvemos direta ou indiretamente do astral.
A Falange de caboclos é muito vasta, muitos atuam nas mais variadas égides, como a de Xangô, Ogum, Oxossi, entre outros orixás, dependendo da vibração da qual o caboclo atua, ele tem uma característica peculiar, uns são exímios curandeiros, outros guerreiros vencedores de demanda, outros muito velhos, servindo como ótimos amigos e conselheiros é uma falange que não possui uma característica padrão em relação ao comportamento da entidade.
Sua cor geralmente é o verde, em alguns casos acrescenta-se o branco, mas pode variar dependendo da vibração atuante do caboclo, seu próprio fio-de-conta pode variar. Suas oferendas geralmente são frutas, flores, alguns solicitam charuto e cerveja em suas oferendas, já vi casos de caboclos solicitarem vinho branco ou tinto. O pano que cobrirá a oferenda também dependerá do caboclo bem como o local da entrega. Alguns recebem em matas fechadas, outros sobre uma pedra, outros mais próximo a um rio, outros em campos altos e de grama rasteira, também dependerá da forma que seu caboclo trabalha e o local escolhido para ele transmutar as energias, cada entidades tem o seu campo santo mediante a vibração que atua, portanto, cada qual tem um local determinante para abrir os seus portais. Sua saudação é Okê Caboclo.
Os caboclos costumam trabalhar com todos os elementais, seja o fogo da vela aliado à fumaça do charuto, onde também representa o elemento ar, a água, a terra, os vegetais. São os verdadeiros guerreiros de Umbanda, sendo muito respeitados pelas demais linhas, geralmente são os responsáveis pelo ori do filho, o mentor de toda a corrente umbandista do médium.
Muitos são os espíritos que atuam sob essa roupagem fluídica, costumo dizer que o caboclo é o alicerce de uma casa de Umbanda, dentro de minha crença, são as entidades que têm total autonomia sobre os exus.
Os caboclos, dependendo da vibração da qual estão imantados, ou seja, energizados, apresentam uma característica diferente, como citado acima. Gostaria apenas de salientar que todos os caboclos possuem a sua vibração original, mas isso não impede que ele possa atuar sobre outras vibrações, por exemplo, o senhor Pena Branca é um caboclo onde sua vibração original é oriunda de Oxalá, mas já vi outros caboclos que trazem o mesmo nome, atuando sob a vibração de Oxossi ou até mesmo Ogum.
Ocorre muita confusão em relação a isso, outro exemplo típico é o Sr. Pena Dourada, originalmente ele é de Oxum, mas já o vi atuando também em filhos de Oxossi. Mas a título de referência, de acordo com a minha experiência, tentarei esmiuçar abaixo de acordo com as minhas experiências:  
Caboclos de Oxalá
 A vibração de Oxalá é aquela que nos traz a Paz, a Pureza de Espírito, são caboclos que atuam na camada mais sutil do Centro, em nossos centros psíquicos, nos preparando para os trabalhos litúrgicos dentro do terreiro. Falam muito baixo, costumam conversar, atuam também na área de saúde. Muitos ocupam cargos de chefia dentro da falange dos caboclos e dos próprios templos.
Alguns caboclos que atuam nessa vibração são Pena Branca, Águia Branca, Urubatão da Guia, Tupã, Aimoré, Caboclo do Sol.
 Caboclos de Iemanjá
 São caboclos que em sua enorme maioria trazem o poder da cura, por serem exímios manipuladores da água, o elemento da vida, possuem grande capacidade para curar, regenerar tecidos recuperar a vitalidade de cada órgão das pessoas. Não são muito sérios, costumam falar mais que os caboclos de Ogum ou Xangô, existe muitas caboclas também sob a vibração de Iemanjá, geralmente são caboclos que atuam na praia ou no mar.
Entre os caboclos mais conhecidos dessa vibração estão Jurema da Praia, Iara, Ondina, Jandira, Jacira, Caboclo da Lua, Beira-Mar, Ubirajara.
 Caboclos de Ogum
 Geralmente são sérios, atuam mais na Ordem do centro, inibindo a ação de entidades maléficas e desmanchando demandas, são austeros, destemidos e onde atuam a Paz deve existir, por trabalharem sob uma vibração que representa a força, o desejo de vitória, limitam-se apenas em trabalhar vencendo as Guerras que cercam os templos Umbandistas, atuam na limpeza da Egrégora da casa.
Alguns deles são: Rompe-Mato, Beira-Mar, Pena Vermelha, Quebra-Ferro, Rompe-Ferro, Sete Estradas, Sete Lanças, Sete Escudos, Sete Ondas.
Caboclos de Xangô
A Vibração de Xangô é a Justiça Carmica, é a Lei irrevogável e onipresente Cosmica, são caboclos extremamente sérios, falam muito pouco, atuam também no trabalho de desmanche de feitiços, fazendo prevalecer a justiça para com os adeptos necessitados, alguns são exímios feiticeiros, curandeiros e quimbandeiros, assim como a maioria dos caboclos de Ogum, os caboclos de Xangô também atuam na esquerda e na direita em sua maioria, a Justiça deve prevalecer independente do que aconteça. Alguns caboclos de Xangô estão diretamente ligado aos exus, que são os soldados do astral que auxiliam na Ordem das coisas.
Seus brados de guerra são muito intensos e breves.
Entre alguns caboclos estão Treme-Terra, Cachoeira, Mata Virgem, Rompe Pedra, Sete Luas, Caboclo do Vento, entre outros.
Caboclos de Oxóssi
De todos os caboclos, são os que mais falam, é a vibração que representa todos os caboclos em geral, costumam apresentar-se como bons conselheiros, ótimos curandeiros e benzedeiros.
Alguns caboclos que atuam sob a égide de Oxossi Guaraná, Jurema, Sete Encruzilhadas, Sultão das Matas, Araribóia, Cobra Coral, etc.
Caboclos de Oxum
São caboclos que trazem todo o encantamento e doçura dessa vibração, Oxum é a vibração de uma verdadeira mãe, protetora, amiga e sábia, assim são os caboclos que atuam sob essa vibração.
Alguns caboclos que já presenciei de Oxum são Pena Dourada, Iracema, Indaiara, Jandira, Jurema dos Rios, etc.
Caboclos de Obaluaie
São muito poucos caboclos que atuam sob essa vibração, são caboclos muito sérios, falam muito pouco e costumam também realizar seus trabalhos na esquerda. Seus brados de guerra geralmente são muito curtos e ocos.
Alguns caboclos da linha de Obaluaie/Omulu são Arranca-Toco, Vira-Mundo, Urutu, etc.
Algumas vibrações como Nanã, Iansã, Oxumaré, geralmente transmitem aos seus filhos boiadeiros, o caboclo que o filho trabalha durante os trabalhos Umbandistas, geralmente é o do segundo orixá de seu ori. Raros os casos, por exemplo, de um caboclo de Iansã, como até mesmo o Ventania, que para mim sua vibração é oriunda de Xangô ou até mesmo Sete Flechas, que eu já vi muita filha de Iansã trabalhando.
Geralmente essa linha é evocada na abertura, para limparem a casa de todos os malefícios que eventualmente ali adentram, em minha opinião, é a linha de maior poder espiritual que atua sobre a egrégora da Umbanda, em outras palavras, em termos de força guerreira; É uma linha que respeito muito e acho de ilibada importância para os trabalhos umbandistas.
Os caboclos também são constituídos de nômades que atuavam no Oriente, já vi alguns caboclos se plasmarem totalmente vestidos, com roupas longas, denotando uma descendência mais oriental, vale lembrar que os índios do norte da América também utilizavam roupas. Muita são as tribos que atuam nos trabalhos de Umbanda, apenas citando alguns: Sioux, Apaches, Chippeway, Comanches, Iroqueses, Navajos, Peles-Vermelhas,  entre outras tribos do norte da América, também temos a presença dos Incas, Maias e Astecas que situavam-se mais na América Central e a vasta quantidade de tribos brasileiras, como Tupiniquins, Tupinambás, Aimorés, Tupis, Tamoios, Guaiacurús, entre outras tribos, onde alguns caboclos receberam como nome de trabalho, o nome de sua própria tribo.
Outro aspecto importante que já vi acontecer em terreiros, é o médium de qualquer forma querer ter um cacique, vale salientar aqui que em nem todos os casos, o cacique é o que possui maior luz, maior hegemonia sobre os trabalhos, vale lembrar que o tempo de trabalho e a intensidade do trabalho de uma entidade é o que determina seu conhecimento, experiência e nível evolutivo, e como eu sempre digo, cada qual na sua função. Nas tribos existiam diversos cargos, como os guerreiros, entre eles, havia o seu chefe de Guerra, os Xamãs, que em algumas tribos também são conhecimentos como pajés, que eram os curandeiros da tribo, muitos eram conselheiros e exímios manipuladores de energia, tinha os vigias, os caçadores, entre outros grandes cargos dentro de uma mesma tribo. O seu pode não ser cacique, pode não ter o penacho até o chão, mas isso no mundo espiritual nada quer dizer, mais vale o grau evolutivo e a forma altruísta de trabalho do seu caboclo ao tamanho do seu penacho. Eu já trabalhei com quatro caboclos, dentre eles, apenas o Sr. Pena Branca era cacique, o meu chefe de ori, Sr Urubatão da Guia era um xamã entre os peles-vermelhas, o caboclo do Sol um curandeiro e feiticeiro e o Rompe-Mato um guerreiro austero.
 Essa é a linha de caboclos, sempre solicitados nas demandas, sempre solicitados quando é necessário a Ordem na Casa e geralmente são os chefes de congas nos terreiros de umbanda, o guia representante da vibração do seu médium e o responsável pelo comando da corrente umbandista de seu filho.

Saravá a Linha de Caboclos.

Pontos Riscados



Pontos Riscados são os símbolos gráficos dos quais as entidades de Umbanda se servem para determinar sua identificação, funcionando como verdadeira identidade da entidade que se manifesta, impedindo assim que algum espírito mal intencionado engane os demais componentes do templo onde se manifesta a entidade. São traçados, geralmente, no chão ou em tábua de madeira, ou mármore, com uma pemba (giz), utilizando-se de símbolos como sóis, estrelas, triângulos, lanças, flechas, folhas, raios, ondas, cruzes.
Não pode existir um terreiro ou mesmo um trabalho de magia sem o ponto riscado. Assim, o ponto riscado é o instrumento mais poderoso da Umbanda, uma vez que com ele nada se poderia fazer com segurança, já que é a pemba que tem o poder de fechar, trancar ou abrir os terreiros conforme exigir o trabalho a ser praticado.
Através do ponto riscado a entidade mostra seu grau hierárquico, e movimentando toda uma falange de entidades que trabalham sob suas ordens para um determinado trabalho de auxílio a alguém. É pela grafia, pelos símbolos utilizados, que podemos identificar a entidade como um caboclo, um preto-velho, qual preto ou qual caboclo e assim por diante.
Cada ponto riscado tem sua função específica. Os pontos riscados são verdadeiros códigos registrados e sediados no plano espiritual. Geralmente, só o pai de Santo ou a entidade firmada sabe e pode identificar, com segurança, qual entidade riscou o ponto, ou qual Falangeiro de Orixá está ali incorporado trabalhando.
Através dele, identifica-se a falange da entidade, sua atividade e poderes. Cada traço tem seu significado e sua importância no ponto riscado pela entidade. Por isso mesmo, não podem ser riscados sem o devido conhecimento ou por alguém que não seja a entidade atuante, já que em se tratando da magia poderosa das entidades de Umbanda, se não forem traçados por elas, não passam de simples rabiscos inócuos.
 Os pontos riscados nos templos de Umbanda são feitos com a Pemba, que consiste numa espécie de giz, confeccionado com calcário, de formato cônico-arredondado em diversas cores, sendo que conforme a cor utilizada nos pontos riscados pela entidade identifica-se a Linha a que pertence a entidade, ou a Linha com a qual a entidade trabalhará naquele momento.
Pela pureza, a Pemba é um dos poucos elementos que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc.
Pontos ou Representações dos Orixás na Umbanda
 
 
OXALÁ: toda de representar a presença de luz.
IANSÃ: a taça e o raio.
COSME E DAMIÃO: carrinhos, pirulitos, brinquedos em geral, bonecos e palhaços, etc.
IEMANJÁ: a estrela, a âncora, as ondas, etc.
OXUM: a lua, o coração, etc.
OXOSSI: a flecha e o arco.
OGUM: a espada, a lança, a bandeira usada pelos cavaleiros, vários instrumentos de combate.
XANGÔ: o machado.
NANÃ: o iberi ou uma chave.
OBALUAIÊ: o cruzeiro das almas.
 
Outros Significados dos pontos:
- Um Ponto - o Ser Supremo, a origem.
- Uma Linha Reta - o Mundo Material.
- Duas Linhas Retas - o Princípio, o Masculino e o Feminino.
- Uma Linha Curva - a Polaridade.
- Dois Traços Curvos - as duas polaridades - positiva e negativa.
- Um Triângulo de Lados Iguais - a Força Divina - Pai, Filho e Espírito Santo - Santíssima Trindade.
- Dois Triângulos (Hexagrama) - Estrela de seis pontas - todas as Forças do Espaço.
- Um Quadrado - os 4 elementos (Água, Terra, Fogo e Ar).
- Um Pentagrama - a Estrela de Davi e o Signo de Salomão - a Linha do Oriente, Oxalá, a Luz de Deus.
- Três estrelas também representam os Velhos e Almas.
- Círculo - o Universo, a Perfeição.
- Um Círculo com Dois Diâmetros Entre Si - o Plano Divino, o Quaternário Espiritual.
- Círculos Menores e Semicírculos - as fases da lua (símbolo de Iemanjá), forças de luz, inclui Iansã.
- Círculo com Estrias Externas - o sol (símbolo de Oxalá).
- Espiral - para fora indica chamamento de força, retirando demanda ou irradiação de Boiadeiro. Seta Reta ou Curva e Bodoque - irradiação de Oxossi (caboclo).
- Balança, Machado ou Nuvem - símbolos de Xangô e do Oriente.
- Raio (condições atmosféricas) - símbolo de Iansã.
- Espada Curva reta ou inclinada - símbolo de Ogum.
- Bandeira Branca com Cruz Grega Vermelha - símbolo de Ogum.
- Flor ou Coração - símbolos de Oxum.
- Coração com uma Cruz no Interior - símbolo de Nanã.
- Traços Pequenos na Vertical (chuva) - símbolo de Nanã.
- Folhas ou Plantas - símbolos de Oxossi ou Preto-velhos.
- Tridentes - símbolos para Exu e Pomba-gira; garfos curvos para a Calunga e retos para a Rua. (Pode haver ou não caveira)
- Cruz Latina Branca - Cruz de Oxalá.
- Cruz Grega Negra - com pedestal, símbolo de Omulu.
- Arco-íris - símbolo de Oxumaré.
- Estrela Branca (Oriente) - Luz dos espíritos.
- Estrela Guia (com cauda) - símbolo da capacidade de acompanhamento (Oriente).
- Um Oito Deitado (Lemniscata) - símbolo do Infinito.
- Cordão com Nó ou um Pano - símbolo das crianças.
- Conchas do Mar - símbolo das crianças na irradiação de Iemanjá , Oxum, Nanã.
- Águas Embaixo do Ponto - símbolo de Iemanjá (mar).
- Pequenos Traços de água - símbolo de Oxum.
- Traço ou Linha Curva com Círculo nas Pontas - símbolo de força, amarração e descarregos.
- Rosa dos Ventos - chamada de força ou descarrego.
- Palmeiras ou Coqueiros - força dos Velhos ou Baianos
- Traço com Três Semicírculos nas Pontas - descarrego e força também.
 
Evidentemente, as entidades se utilizam dos desenhos aqui representados cada qual a sua maneira e necessidade, de acordo com o trabalho a ser realizado, sendo que nós só poderemos saber exatamente seu significado apenas quando indagarmos da entidade o porquê da utilização daqueles determinados desenhos no ponto riscado.
O ponto riscado é uma “ordem” escrita a uma série de entidades. Quando um médium risca um ponto irradiado por uma entidade, está mobilizando a falange que com ela trabalha, ou outra, direcionando a energia mobilizada para o objetivo desejado, dependendo do merecimento do consulente e da ética do médium. Os pontos riscados obedecem à vibração original ou flecha, da qual falaremos a seguir. Tudo começa com 1 simples ponto (1 ponto sozinho nada produz em termos de magia, mas vários pontos geram uma linha e várias linhas fazem um ponto riscado).

Todavia é importante saber que o ponto riscado não produz nenhum tipo de magia se não for impulsionado pelo pensamento. Muitos médiuns acreditam que podem simplesmente riscar o ponto e que as entidades vão fazer tudo por ele. Vemos em muitos centros de umbanda médiuns riscando pontos que de fato nada têm a ver com os princípios dos pontos riscados. É possível que em alguns casos a espiritualidade considerando o merecimento do consulente e o desconhecimento bem intencionado do médium, além de seu real desejo de manipular forças amorosas para aquele consulente, promova o necessário para o auxílio. Não se engane todavia o médium achando que está promovendo magia com pontos sem os elementos básicos dos quais eles se compõem.

Os sinais aqui apresentados são os chamados sinais positivos, que propiciam apenas magia branca, digamos assim. De forma que não adianta a ninguém tentar fazer outro tipo de magia usando estes sinais. Os sinais negativos, os chamados ocultos, não podem ser revelados. Elementos básicos de identificação dos pontos riscados (Oriundos dos desenvolvimentos das linhas, eles são três):
- Flecha: identifica a vibração - forma da entidade.
- Raiz: identifica a origem (a linha, uma das sete, a que pertence a entidade).
- Chave: identifica o elemento que a entidade manipula.
Sinais positivos que identificam cada ponto (são 7)
(os negativos são ocultos)
1 - Flecha ou vibração forma (identifica a forma como a entidade se
apresenta):
A Flecha, que é baseada na linha, que por sua vez é formada de pontos, representa o equilíbrio e a dualidade sendo, portanto, a vibração original ou reflexo da escrita divina. Sempre orientada para o alto, para o céu, em louvor e respeito às divindades que a ensinaram aos homens. No movimento da síntese da umbanda existem três manifestações formas:
- caboclo
- preto velho
- criança
2 - Raiz ou linha (uma das 7) na qual a entidade trabalha:
- Oxalá
- Ogum
- Oxossi
- Xango
- Yemanjá
- Yori
- Yorimá
3 - Chave (identifica o grau hierárquico da entidade):
- Guia
- Protetor
Obs. E também se é chefe de legião, chefe de falange ou de sub falange.
4 - Planeta regente (planetas sagrados) e signo zodiacal:
- Sol
- Lua
- Marte
- Vênus
- Júpiter
- Saturno
- Mercúrio
5 - Cor fluídica
6 - Elemento que manipula, tattwa*, corrente cósmica e metal
correspondente.
* Falaremos mais disso em momento oportuno.
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7 - Entidades que comanda:
- Naturais
- Artificiais
Sinais grafados
1. Flecha ou vibração – forma da entidade:
Caboclo
Preto Velho
Criança
2. Raiz ou linha da entidade: (o sinal grafado na flecha)
. .
.
Oxalá Ogum
Oxossi Xangô Yemanjá Yori Yorimá
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3. (Chave) Grau hierárquico:
1°-Guias 2°-Protetores
Obs. Ambos grafam o sinal do lado esquerdo da flecha
3°-Chefe de legião: grafa acima da flecha o sinal de sua vibração original. Na alta magia esse sinal tem grande poder e comanda um número infindável de entidades.
Oxalá Imanência de Deus
Ogum
Fogo da salvação
Oxossi Ação envolvente
Xangô Equilíbrio
Yemanjá Eterno feminino da natureza
Yori . Relação com a Lei
Yorimá
A Lei em ação
4° - Chefes de falange e sub falange: grafam o mesmo sinal abaixo da flecha.
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Exemplo até aqui:
Entidade da linha de Xangô.
Plano de guia.
No grau de chefe de legião.
4.
Planetas e signos zodiacais:
Planetas sagrados
Signos zodiacais
Orixás
Sol Leão - Oxalá



 PONTO RISCADO DE EXU
O ponto riscado possui grande significado e valor mágico no culto de Umbanda. É através do ponto riscado que os guias contam toda sua história, sua origem e passagem do mundo material e astral. O ponto riscado é um emblema-símbolo. Os símbolos são sinais expressos de forma que dão a entender uma intenção ou trajetória humana. No caso do ponto riscado, os guias usam a pemba para poder riscar os seus pontos ou símbolos espirituais.

Uma das grandes provas de incorporação na Umbanda é o ponto riscado, pois acredita-se que se uma entidade não estiver realmente bem incorporada ela não saberá riscar o ponto que a identificará das demais. A seguir uma coletânea de Pontos Riscados, por Exus bastante atuantes na Lei de Quimbanda:

Defumadores E Sua Funçao


A principal função da defumação realizada tanto na Umbanda quanto nas demais seitas religiosas através dos tempos, desde a Antiguidade, é com a queima de ervas e resinas, modificar a energia existente no ambiente para equilibrá-lo de acordo com a necessidade.
Pode-se chamar a defumação de magia, de ritual, de liberação da energia contida nos elementos vegetais. Todos esses conceitos estão corretos.
O defumador deve ser feito com carvão em brasas, incenso, alecrim e alfazema, ou outras ervas específicas para cada finalidade.
Quando há o contato da brasa com o elemento vegetal utilizado, libera-se determinada energia, capaz de desagregar miasmas e larvas astrais presentes em grande parte dos ambientes terrenos, produzidos por nossos pensamentos e desejos, que normalmente encontram-se em desequilíbrio, provocado pela raiva, ciúme, inveja, rancor, ódio, orgulho ou mágoa.
Por isso mesmo são utilizadas ervas diversas para fins específicos, que ao serem queimadas produzem o efeito de energizar e harmonizar pessoas e ambientes, removendo do plano astral as energias deletérias e nocivas que ali se encontram, formando verdadeiras barreiras fluídicas para afastar espíritos inferiores por determinado tempo. Desta forma, passado certo tempo, deve a defumação novamente ser realizada com o mesmo intuito, uma vez que pelo poder de nossos pensamentos pouco elevados, em pouco tempo, espíritos atrasados novamente poderão ser atraídos pelo ambiente vibratório inferior que podemos voltar a criar, tudo obedecendo a Lei de Afinidade Espiritual. Nunca devemos esquecer o ensinamento do Mestre Jesus para evitar estes acontecimentos: “Orai e vigiai”.
Agregando este trabalho de elaboração mental de pensamentos positivos a um bom trabalho de defumação, pode-se evitar muitas das vezes, acontecimentos desagradáveis provocados por energias negativas produzidas por nossos pensamentos ou por espíritos que possamos ter atraído por nossas ações impensadas.
Portanto, na casa onde habitamos devemos sempre realizar a defumação, principalmente se é uma pessoa que desenvolve um trabalho espiritual, mediúnico, ou no caso do umbandista, que mantém suas firmezas e instrumentos litúrgicos de culto à sua crença.
Na Umbanda, a defumação é realizada no início dos trabalhos, realizando a limpeza do ambiente, do corpo de médiuns e dos assistentes. Dependendo dos trabalhos realizados, deve-se limpar o ambiente com a defumação mais de uma vez ao longo do dia, para atrair e facilitar o trabalho que esteja sendo realizado pelas entidades.
Como é realizado o processo de defumação: Deve ser feito para retirar primeiro a energia negativa do ambiente, preenchendo-o com energia positiva. As ervas e resinas utilizadas, juntamente com a brasa irão “queimar”, retirar do ambiente as energias negativas, tornando-o um ambiente estéril, pronto a receber a vibração das ervas utilizadas para atraírem energias positivas. Esta segunda defumação é realizada com um defumador definido como “doce”. É de se ressaltar que o processo deve seguir essas duas fases, uma vez que apenas havendo a retirada da energia negativa, esterilizando o ambiente, este fica desprovido de qualquer energia, seja positiva ou negativa, gerando um ambiente propício à invasão de qualquer tipo de energia, boa ou ruim. O processo deve ser completo, retirando o que atrapalhava, e em seguida como que “convidando” os espíritos superiores, com o defumador doce, a trazerem a benção dos Orixás, Caboclos, e Pretos Velhos, ou demais entidades para aquele ambiente.

As 7 Linhas Da Umbanda

1ª Linha - Linha de Oxalá

Esta Linha representa a força máxima da Umbanda, de onde provêm o êxito de todos os trabalhos. É composta de diferentes espíritos de diferentes raças da Terra, não somente brancos e negros, entre eles os espíritos de pretos velhos, padres e freiras, culas almas purificadas atingiram a perfeição.
  • Legião de Santo Antônio
  • Legião de São Cosme e São Damião
  • Legião de Santa Catarina
  • Legião de São Expedito
  • Legião de Santa Rita de Cássia
  • Legião de São Francisco de Assis (Semiromba-frade)
  • Legião de São Benedito ou Benzet
  •  
2ª Linha - Linha de Iemanjá
Dirigida por Iemanjá, também chamada carinhosamente de "Dona das Águas", "Rainha do Mar" e outros nomes. Tem a proteção de Oxum, dona dos lagos e cachoeiras, dos rios, da fecundação e do amor, bem como da Nanã, atuando nas águas das chuvas, realizando a limpeza da atmosfera, purificando as camadas aéreas para que tenhamos no solo, na terra, condições de vida. Composta também de espíritos de diferentes raças, de caboclos, Pretos Velhos e Exus.
  • Legião das Sereias, sob a proteção de Oxum
  • Legião das Ondinas, sob a direção de Nanã
  • Legião das Caboclas do Mar, sob a orientação de Indaiá
  • Legião das Caboclas dos Rios, sob a chefia de Iara (Entidade dos Rios)
  • Legião da Estrela Guia, sob a direção de Santa Maria Madalena
  • Legião dos Marinheiros, sob a chefia de Tarimá
  • Legião dos Calungas, dirigida poe Exu Calunga ou Calunguinha
3ª Linha - Linha de Omulu (Obaluayê)
  • Legião de José de Arimatéia, integrada pelas Falanges de Médicos e Cientistas
  • Legião de São Cipriano, integrada pelas Falanges de magias
  • Legião de Caboclos, integradas por Falanges de Caboclos oriundos de todas as raças
  • Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de Preto Velhos oriundos de todas as raças
  • Legião dos Povos Orientais, constituídas por Falanges de espíritos evoluídos de todo o Oriente
  • Legião dos Médiuns Curadores, intregrada por médiuns cuja mediunidade é curadora, aqueles que são magnetizadores, são mais ou menos aptos a curar através das mãos
  • Legião de Exu Curadô, constituída de falanges de Exus sob o comando de Exu Curadô (MARAMAEL)
  •  
4ª Linha - Linha de Ogum
Esta Linha, dirigida por Ogum (São Jorge), "Orixá da Guerra", cujas Legiões são chefiadas por guerreiros de diversas raças, constituídas de Caboclos, Preto Velhos e Exus, invoca as demandas espirituais.
  • Legião de Ogum Beira-mar, aliada ao povo do mar
  • Legião de Ogum Malei, aliada à Linha de Malei (Povo de Exu)
  • Legião de Ogum Megê, aliada ao povo Megê (negros africanos)
  • Legião de Ogum Naruê, aliada ao povo Naruê (escravos de várias raças)
  • Legião de Ogum Nagô, aliado ao povo de ganga (Linha de Nagô)
  • Legião de Ogum Iara, aliada ao povo dos rios (Caboclos)
  • Legião de Ogum Rompe-Mato, aliada a Oxossi e seu povo da mata
  •  
5ª Linha - Linha de Oxossi
Esta Linha é chefiada por Oxossi, "Orixá das Matas", "Orixá da Fartura" constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores utilizando o processo de "Passes" e praticando a cura através das ervas, aplicadas por caboclos, com o auxílio dos exus das matas.
  • Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas (ou Caboclo das 7 Matas), que dirige as Falanges dos povos das florestas, tais como os espíritos das tribos Aimorés, Tupi, Tupiniquins e etc...
  • Legião de Araribóia, chefiada pelo Cacique Araribóia
  • Legião de Urubatão, chefiada pelo Caboclo Urubatão
  • Legião da Cabocla Jurema, chefiada pela Cabocla Jurema
  • Legião dos Tamoios, chefiado por Grajaúna
  • Legião dos Guaranis, chefiada por Araúna
  • Legião dos Peles-Vermelhas, chefiados por Águia Branca, integrando as Falanges de índios Chippeway, Sioux e etc...
  •  
6ª Linha - Linha de Xangô
Esta Linha dirigida por Xangô, "Orixá do Fogo" sob a orientação de São Jerônimo, também denominado Orixá da Justiça, impõe a justiça, dando castigo a quem merecer. É a Linha na qual aqueles que foram humilhados, serão elevados espiritualmente, os que castigaram, serão castigados e os que se enalteceram, serão rebaixados.
  • Legião de Iansã, chefiada por Santa Bárbara
  • Legião do Caboclo Ventania (ou dos Ventos)
  • Legião do Caboclo das Cachoeiras
  • Legião do Caboclo Sete Montanhas
  • Legião do Caboclo Pedra Branca
  • Legião do Caboclo Cobra-Coral
  • Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de todas as raças e dos povos de Quenquelê
  •  
7ª Linha - Linha das Almas
Dirigida por Dom Miguel, que no sincretismo católico corresponde ao Arcanjo São Miguel, integrada por Omulu (Obaluayê)
  • Legião de Pai Cambinda, integrado pelas Falanges do Povo da Costa
  • Legião de Pai José D'Angola, integrado pelas Falanges do Povo D'Angola
  • Legião de Pai Congo (ou Rei Congo), integrada pelas Falanges do Povo do Congo
  • Legião de Pai Jerônimo, integrada pelas Falanges do Povo da Moçambique
  • Legião de Pai Francisco, integrada pelas Falanges do Povo da Loanda
  • Legião de Pai Benguela, integrada pelas Falanges do Povo de Benguela
  • Legião de Pai Guiné, integrada pelas Falanges do Povo de Guiné
Resumo das 7 Linhas de Umbanda
  • 1ª Linha de Oxalá - que representa a paz, a tranquilidade
  • 2ª Linha de Iemanjá - que representa a procriação
  • 3ª Linha de Omulu (Obaluayê) - que representa a saúde
  • 4ª Linha de Ogum - que representa a luta, a demanda
  • 5ª Linha de Oxossi - que representa o trabalho, a fartura
  • 6ª Linha de Xangô - que representa a justiça
    . 7ª Linha das Almas - que representa a humildade, a bondade

Historia Da Umbanda


No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos “ataques”. Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.
Esses “ataques” do rapaz, eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.
Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava endemoniado.
Alguém da família sugeriu que “isso era coisa de espiritismo” e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.
Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: “Aqui está faltando uma flor”. Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.
O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o “seu atraso espiritual” e convidando-os a se retirarem.
Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: _”Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor ?”
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.
Um médium vidente perguntou: _”Por quê o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?
_”Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados.”
_”O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro.”
Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:
_”Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”
O vidente retrucou: _”Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto” ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:
_”Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei”.
Para finalizar o caboclo completou:
_”Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?”
No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
“_ Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá.”
Após insistência dos presentes fala:
“_Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego.”
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
“_Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca.”
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de “Guia de Pai Antonio”.
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.
A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.
Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.
Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. “_Não os aceite. Devolva-os!”, ordenava sempre o Caboclo.

A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.
Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:
“A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.

Guias De Umbanda


As GUIAS usadas na Umbanda são aqueles colares coloridos que os médiuns utilizam nos trabalhos, fazendo parte do uniforme do Umbandista.
Estes "colares" são verdadeiros pára-raios em defesa dos os médiuns.
É um objeto no qual os Guias e Protetores imantam com determinadas forças para servirem de instrumentos em ocasiões precisas.
A Guia é então, uma das muitas ferramentas utilizadas pelo médium que serve como defesa deste que, muitas vezes, se vê obrigado a entrar em contato com energias às quais ele não poderia suportar, daí a explicação para as guias que arrebentam de repente. Por ser de material altamente atrativo, a guia recebe toda a carga negativa que foi direcionada ao médium e arrebenta.
A guia não serve somente como proteção do médium. Esta tem muitas outras utilidades como, por exemplo;
-serve como instrumento de ligação psíquica entre Médium e Espírito,
-serve como instrumento de tratamento,
-serve como material de trabalho das Entidades, atraindo ou emitindo energias e etc.
CONFECÇÃO DAS GUIAS
As guias devem ser confeccionadas com produtos naturais, pois são imantáveis e condutores de energias.
Esses materiais podem ser: sementes, madeira como o bambu, pedras, conchas e outros objetos marinhos, pedras preciosas e semipreciosas (mesmo que lapidadas), cristais, porcelana, miçangas, dentes de animais, guizos e outros, como por exemplo, os metais.
Jamais se usa plástico ou outro produto artificial.
Usando-se os materiais citados acima, as guias serão confeccionadas de acordo com o pedido feito pelas entidades, de acordo com a doutrina da casa que você freqüenta ou de acordo com a necessidade daquela guia.
Não se pode montar uma guia só porque acha bonito, ou porque todos usam, ou porque você acha que deva usar.
Espere, tudo na sua hora!
Nas lojas especializadas encontram-se guias prontas dos mais variados modelos, mas existem casos em que a entidade pede para que você monte a guia pedida.
Porquê?
A guia é uma peça "benta" com força e irradiação para nos proteger e aumentar nossa força, nossa vibração e etc. São ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.
Geralmente, quando uma entidade pede para seu filho montar a sua Guia, a mesma estará presente naquele momento, ou para dar orientações na montagem por intuição, ou para ver se o filho realmente tem o devido respeito pela religião (objetos, entidades, rituais e etc.) ou por vários outros motivos como, por exemplo, testes de fé, de paciência, pois tem vezes que a guia se quebra várias vezes antes de ficar pronta, ou às vezes a entidade está desenvolvendo sua mediunidade através das intuições e muito mais.
Por isso, para montar uma guia, deve-se estar tranqüilo, sem agitação externa e sem preocupações, enfim trabalhando, meditando e se conectando com seus Guias espirituais.
As guias, depois de prontas ou compradas devem ser descarregadas e cruzadas (benzidas).
Dependendo da doutrina de cada casa, as guias serão colocadas no conga por um determinado tempo, as vezes serão colocadas em certos recipientes com misturas de ervas, ou colocadas em sal grosso, e etc. Só depois de feito isso é que a entidade chefe da casa ou seu próprio guia vai cruzá-la.
Lembre-se, se a guia não foi cruzada, a mesma não terá nenhum valor.
Como dissemos acima, a guia será imantada com energias de acordo com as necessidades de quem vai usa-la e a que finalidade será utilizada.
TIPOS DE GUIAS
Existem pelo menos quatro tipos de guias que são utilizadas freqüentemente pelos filhos de fé.
São elas:
•Guia de proteção
•Guia de tratamento
•Guia do Orixá
•Guias das Entidades
Cada guia tem seu formato e cores específicas, como já lemos acima, ela será de acordo com a necessidade a que se destina.
Veja a seguir algumas características das guias mais utilizadas.
GUIA DE PROTEÇÃO
Geralmente, quando um médium entra para a religião e começa a trabalhar numa casa de Umbanda, pede-se para que ele providencie a sua guia de proteção.
Essa guia, não é uma regra, mas geralmente pede-se uma Guia de Oxalá, ou de Sete Linhas, em algumas casas utiliza-se uma guia "incomum", ou seja, uma guia com cores e formatos diferentes do tradicional, de acordo com as instruções do Mentor da Casa é preparada uma guia "Daquele Centro".
A guia de Oxalá é de cor branca. Oxalá é o Orixá Maior representado por Jesus.
Essa é a mais usada nos casos de proteção e tratamentos.
Já a guia de Sete Linhas, é aquela que tem sete cores, ou seja, representa os sete Orixás da Umbanda.
É utilizada também para proteção, pois significa que o médium está sob a proteção das Sete Linhas da Umbanda.
GUIA DE TRATAMENTO
Como vimos acima, usa-se muito a guia branca, pois ela tem, "também", um efeito psicológico no tratamento.
Quando uma pessoa vai passar por um tratamento utilizando essa guia, é dito ao paciente que é uma guia devidamente cruzada para aquele tratamento, e que essa guia branca é a guia que representa a força ou vibração de Jesus, Oxalá na Umbanda.
Dito isso, a pessoa acaba tendo sua fé aumentada, só por ter dito que é de Jesus; e com isso se obtém melhores resultados no tratamento, não que outras guias não sirvam, mas a parte psicológica conta e muito.
Existem casos em que a entidade lhe empresta ou te dá a guia Dele. Nestes casos, quando você for presenteado com uma, não precisa repor; mas, quando for solicitada a sua reposição, não se esqueça de faze-la, existe aí uma grande ligação entre paciente e entidade.
Não precisa pressa, não; mas a devolução é um meio pelo qual a Entidade tem a certeza de que você ao menos tem interesse pelo "teu caso" e respeita o que o Caboclo ou Preto-Velho falou.
GUIA DO ORIXÁ
É a guia que está ligada à faixa vibratória do médium e também é a guia que representa a linhagem das entidades que trabalham com esse médium.
A guia do Orixá é feita na cor relacionada ao Orixá, geralmente de uma cor só, apesar de existirem centros que trabalham com Orixás cruzados. Nesses casos as guias são de duas ou mais cores.
Por exemplo, um Filho de Ogum, usa uma guia vermelha e um Filho de Oxossi usa uma guia verde.
Ogum (guerreiro) tem sua vibração nos campos abertos, já Oxossi (caçador) tem sua vibração nas matas, então não sei como pode existir esse cruzamento de vibrações e Orixás, mas existe...
GUIAS DAS ENTIDADES
São aquelas guias que não tem um padrão, ou seja, cada entidade pede sua guia de trabalho de acordo com suas necessidades. Por isso é que temos tantos modelos de guias tão diferentes umas das outras; temos guias feitas com contas (bolinhas) coloridas e intercaladas com outros materiais, como dentes, olho de cabra, coquinhos e etc.
As guias das entidades devem ser feitas exatamente como elas pediram, pois tem grandes significados para elas que nós nem sequer imaginamos, é como um ponto riscado, cheio de mistérios. Algumas dão até para adivinhar, por exemplo, uma guia toda verde com sete flechas intercaladas e com o fechamento vermelho.
Bem, vamos lá... A cor verde quer dizer que é um Caboclo (jamais vi um Preto-Velho ou um Exu com uma guia verde), as sete flechas poderia indicar o nome desse Caboclo e o fechamento vermelho pode estar indicando a linha que a entidade trabalha, nesse caso linha de Ogum. Então teríamos aí o Caboclo Sete Flechas de Ogum.
Isso foi só um exemplo, bem fácil por sinal. Existem muitas outras guias que são indecifráveis para nós.
CORES DAS GUIAS
Existem cinco tipos de guias que tem cores e formato "padrão".
•Branco e Verde - Caboclo
•Branco e Preto - Preto Velho
•Azul e Rosa - Crianças
•Vermelho e Preto - Exu
•Branco, Vermelho, Azul, Verde, Amarelo, Marrom e Roxo - 7 Linhas (Orixás)
Essas guias, modelo padrão, são encontradas nas lojas especializadas. E são feitas na contagem de sete contas de cada cor.
Outros modelos de guias, só a pedido das entidades.
UTILIZANDO AS GUIAS
Geralmente os médiuns usam as seguintes guias no trabalho:
•De proteção
•Do seu Orixá
•Dos seus Guias (entidades que trabalham com o médium)
As guias são geralmente usadas no pescoço, porém em alguns casos pode-se notar que alguns médiuns as usam atravessadas no peito, outros na mão e etc.
Isso ocorre por vários motivos.
Vejamos alguns:
•As guias usadas no pescoço servem como um elo de ligação entre seu Orixá (faixa vibratória) e a entidade atuante naquele momento.
Usa-se a guia no pescoço para dar mais intensidade no lado mental do médium, melhorando a comunicação ou transmissão daquilo que a entidade pretende passar ou até mesmo ajudando na ligação do médium ao espírito na hora da incorporação das entidades, onde o médium precisa elevar a sua faixa vibratória e a entidade descer a sua para que ocorra a comunicação.
•Quando um médium utiliza a guia atravessada no peito, geralmente do lado direito para o esquerdo, é por causa do coração (estado emocional).
A entidade percebe que seu filho está ou tem algum problema ou desvio emocional que poderia influenciar no trabalho, geralmente corações endurecidos, então a guia será imantada para agir na parte emocional do médium.
Utiliza-se a guia atravessada também em tratamentos de certas partes do corpo, mas somente quando for ordenado que seja dessa forma, caso contrário a guia deve ser colocada no pescoço normalmente.
•Guias nas mãos ou enroladas no pulso, somente quando o médium está incorporado. Nesse caso, a entidade utiliza a guia para dar passes.
Quando a entidade enrola sua guia na mão, às vezes nas mãos do consulente, ela está direcionando energias.
Uma guia enrolada na mão da entidade serve como um condutor de energia que será emitida àquela pessoa, quando enrolada nas mãos do consulente, pode ser que a entidade esteja retirando energias negativas daquela pessoa.
Lembre-se que nem todas entidades trabalham dessa forma, cada um com seu jeito de trabalhar. Muitas entidades, ao invés de usar a guia para retirar ou emitir energias, preferem trabalhar com seu charuto ou cachimbo.
•Existem entidades que colocam suas guias no chão e pedem para que o consulente entre dentro daquele círculo na hora que forem passar pelo passe.
Esse círculo forma um campo magnético, onde a entidade vai trabalhar as diversas energias que está sendo trazida pelo consulente.
Existem entidades que não colocam sua guia, mas fazem um círculo riscado no chão, e trabalham da mesma maneira.
•Algumas entidades usam suas guias no pescoço do consulente na hora do passe, outras usam as guias para formar um círculo no ponto riscado e etc.
Muito bem, aí foram algumas formas que as guias são usadas nos trabalhos. Podem existir muitas outras maneiras diferentes de se usar uma guia, mas tudo deve ser feito com orientação.
Uma guia cruzada, usada sem orientação ou de forma errada, pode causar problemas a quem as utiliza.
RELEMBRANDO
-As guias são elementos ritualísticos pessoais, individuais e intransferíveis, devendo ser confeccionadas, manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam.
-Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente possuem um campo magnético e uma tônica vibracional próprios e individual (tanto positivo quanto negativo).
-A confecção ou manipulação das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma "contaminação" ou interferência vibracional.
-Como elemento de atração e isolamento, funcionam como um tipo de "Para-Raios", atraindo para si, toda (ou quase) a carga negativa ou estranha ao médium, isolando-o até certo ponto. No entanto, as guias irão permanecer "carregadas", até serem devidamente "limpas".
-Excepcionalmente, podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição. Nestes casos, 10 a 15 minutos de uso são suficientes.
-Em qualquer dos casos, a guia ira proporcionar uma interferência no campo magnético do médium. Dependendo da situação ou circunstância, poderá até mesmo causar-lhe um certo desconforto aparente ou mal-estar, devido a um aceleramento de sua Faixa Vibratória.
-Mesmo durante um trabalho espiritual ou ritualístico, notadamente antes de uma incorporação, o uso indiscriminado de diversas guias ao mesmo tempo, poderá prejudicar a sintonia do médium, uma vez que, diversas falanges serão atraídas ao mesmo tempo.
-Apenas em casos muito raros e excepcionais, podem ser utilizadas em outra pessoa, como forma a favorece-la com uma vibração positiva específica (notadamente em relação à saúde), observando-se, contudo o cuidado de ao retira-las, limpa-las adequadamente antes de serem reutilizadas pelo médium.
Como vimos, as guias são elementos ritualísticos muito sérios e como tal que devem ser respeitados e cuidados.
Seu uso deve se restringir ao trabalho espiritual, ao ambiente cerimonial (terreiro) e aos momentos de extrema necessidade por parte do médium.
Utilizar a guia em ambientes ou situações dissonantes com o trabalho espiritual, ou por mera vaidade e exibicionismo, é no mínimo um desrespeito para com a vibração a qual representam.
A guia é um objeto muito sério e deve ser utilizado com seriedade.
Lembre-se que as guias são objetos sagrados e como tais devem ser tratadas.
Mas, o mais importante de fato, é que o Filho aprenda a ter fé e confiança nas Entidades e em Deus, não se apoiando em verdadeiras "muletas psicológicas" para se sentir protegido.
Lembre-se:
o que está escrito aqui não é regra geral para a Umbanda!

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